segunda-feira, 30 de junho de 2008

Vivendo um inferno astral...

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço,
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente Complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.
E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade...
também."

OSWALDO MONTENEGRO

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Nem tudo que reluz é ouro...

As vezes a sinceridade não é o que as pessoas esperam ter de quem lhe acompanha. Escolhe-se para quem se conta segredos. Escolhe-se de quem os esconde. Escolhe-se quem deve saber que não querem contar-lhe tais fatos secretos.

Dois podem ser os motivos: Falta de confiança ou desconhecimento da personalidade das pessoas.

Como transmitir confiança? Tudo que contar ficará guardado como uma múmia egípcia. Se o túmulo for profanado, maldições recairão sobre os pentelhudos de plantão. Não existe a menor vontade agora de saber assuntos que os outros não devem saber. Não me interessa guardar detalhes sórdidos ou felicidades proibidas de ninguém. Problemas são seus e não meus e os meus já me bastam para guardar e não dividir com ninguém. De fato, não existe o menor desejo de ser repositório dos ecos dos outros, agüentando os gritos sufocados das angústias dos outros e apenas os repetindo, a fim de ser a válvula de escape dos temores e pesadelos.

Conhecer a reação do ouvinte. Medo das críticas. Quem fala quer ser escutado por alguém que vai baixar a cabeça e confirmar que tudo que foi feito foi certo, bem pensado, planejado, com a intenção correta, nos melhores sentimentos. O problema não está em escutar a contestação, a réplica. Entender é uma coisa, aceitar é outra completamente diferente. Se os amigos que espera sejam apenas aqueles que batam palmas no seu sucesso e na sua queda, coloque um nariz de palhaço, vista seu biquíni de lacinho e vá ser famosa. Caso contrário, enfrente o fato de que você não nasceu programado para acertar sempre, e as vezes é necessário alguém que lhe desperte pro erro que se cometeu sem perceber. A questão não é o medo de ser jogado de encontro com a verdade, mas sim a insegurança de que o que se fez foi certo ou errado.

Conservadora? Quem? Não quer escutar, então não conte. Ou conte pedindo para não escutar. Ou esteja firme da atitude que tomou, incomode a quem quiser incomodar. Ou então pegue uma colher de farinha e engula as porcarias da sua vida como uma espinha de peixe engasgada e eu espero sinceramente que desça rasgando goela a dentro, para aprender a nunca mais deixar tão claro assim que não quer contar nada.

Ninguém é a palmatória do mundo, já dizia um empresário aculá. E ouvido não é pinico, isso dito pela Dona Iraci, entre um gole e outro da pinga da esquina. Não há vocação nenhuma para ser padre e a mesa de bar em ser confessionário. Confessionário só dá ibope no Big Brother.

Mas o que realmente ocorre é que a amizade se estabeleceu por que havia motivos para isso. Simples assim. A conversa é agradável, os interesses se complementam, não há competitividade, fica-se feliz com simples fato da pessoa está também feliz. E se sente à vontade para conversar, dando a liberdade para o amigo de verdade falar com SINCERIDADE antes de tudo. É a certeza que quem está do lado é uma pessoa que realmente se preocupa com você, quer fazê-la sentir amparada, assim, como se não estivesse sozinha, tendo apenas o travesseiro para aparar as lágrimas. Contar a sua vida para essa amiga é porque ela não é colecionadora dos detalhes sórdidos da trajetória de qualquer pessoa que seja. É porque o que você faz da sua vida, também atinge a vida dela.

Por último e mais fundamental: não subestime a inteligência. Pensando que está travando uma conversa torta, pode ser que alguém entenda como papo reto, mais daqueles geometricamente ereto. Não atravesse histórias no meio de conversas, não diga sobre ‘aquela pessoa’, ou ‘aquela coisa’, ou sobre ‘aquilo’, só pra deixar bem claro que uma das que desconhecem, teoricamente, o assunto é declaradamente a última pessoa que você deseja que saiba. Não venha com essa prosa meia boca, contando retalhos dos milagres, escondendo o dia, a missa e o santo.

Ninguém é tão vítima quanto parece e nem tão vilão quanto queremos. Se toque! Se manque! Ou então vá se acostumando a não mais ter por perto seu saco de pancadas.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

The Truth about Romeu

Dia 12. Trilha Sonora – Equalize da Pitty – é o que está tocando no meu celular. É o toque quando ele liga. E tantas coisas a se pensar. Trânsito infernal em plena oito da manhã. Será que nem nesse dia as pessoas tiveram ânimo para acordar mais cedo, ou motivos para ficar mais um pouco na cama?

Eu... sem motivos para andar. Cansada da busca, com medo de desistir, saturada de ficar sempre na coxia, sem ir ao palco, sem ser a protagonista. E martelando na cabeça: Se acha o que se procura quando deixa de procurar. E o que fazer com as expectativas que criam situações onde a qualquer momento, dobrando a esquina, fazendo uma audiência, passeando no shopping, no supermecado, alguém apareça? Esperanças. Malditas hoje. Benditas ontem e amanhã.

Elas... para elas apareceram eles.

Uma conheceu o um. Nem o queria. Não tinha a melhor imagem dele. Ele, sorriso de garoto, a calma de homem. Tímido, porém decidido. Ganhou com efeito surpresa. Toque na mão, discreto toque que falou tudo. Demonstra querer ficar com ela e toda sua história, toda sua estrada. Ela parece feliz. Então, de presente vem a transferência. O Ceará é perto. Há que se pensar no lado bom. Saudade aperta, mas aumenta a vontade de estar perto, aumenta a tolerância e a compreensão e o que seria desgastante no cotidiano, não o será. A distância não precisa ser o fim. Nem deve ser.

Duas encontrou o dois. Quem diria, um mudo e o outro calado. Todas as sextas perto, mas nunca juntos. Ele aparenta ser calmo. Ela precisa da calma e da paciência. Muitas mudanças na vida. Construir e desconstruir tudo em cinco minutos, para novamente construir. Necessidade de alguém com perspectivas. Necessidade de tratamento especial, de sentir-se cuidada. E de calma, paz e bem.

Três estuda propostas. Desacredita que exista alguém completo. Pensa que todos possuem defeitos. Mas ainda assim, não aceita os que aparecem, previsivelmente defeituosos. Talvez porque atrás da muralha exista alguém querendo se sentir especial, querendo viver uma grande história. Exista resquícios de crença em algo melhor. É difícil seguir padrões, mais difícil ainda é fugir daqueles que estabelecemos para nós mesmas. Experiência não retira o direito de errar. Errar tantas vezes forem necessários para acertar. Aceitar mudar. Continuarão aparecer propostas. Ela escolherá alguma delas.

Quatro tem outras prioridades, nesse momento. Deve relembrar de outros dias doze quando o dia não era tão monótono. Problema? Não. Agora os dias destinam-se a fazer valer os mais de cinco anos entre Venosa e Capez. Agora o momento é de sentir-se triunfar. As outras conseguiram. Ela conseguirá também. O coração... stand by. Mas a qualquer hora, pode sair do modo de espera. Até porque, todos os dias, novas prioridades nascem.

Cinco, enfim, vive o cinco. Ciúmes nossos, saudades dos tempos de todas próximas, mesmos interesses, recíprocos interesses. A vida agora é outra. Ele está na rotina, nas tarefas do dia-a-dia. A família aprova. Planos para os dois. Não há planos para as sete. Mas hoje, talvez essa rotina não seja tão mal. A estabilidade não é tão ruim quando se olha de dentro do caos. Confiança de que é algo sério. Tem que ser. Muito foi trocado e desistido para tê-lo por perto. Seria um pena se tanta entrega não fosse da mesma forma do outro lado. Mas quem sabe não importe e a única coisa relevante é apenas viver ali, naquele lugar, com aquela pessoa.

Seis. Confusa. Teme o amanhã. Tantos anos, esse dia tinha um significado. O mesmo, a mesma pessoa. Hoje é diferente. Amanhã, em outros tempos sabia-se que o abraço existiria no despertar. Agora não. Mudou. Vida louca. Mas foi necessário. Antes de ser sincera com os outros, deve-se ser consigo própria. O medo não deve ser barreira para tentar. E nem tentar deve ser necessariamente falhar. Voltar atrás também é uma opção, para quando a mente entrar em compasso com o coração e se estar segura do que se quer. Permitir-se ser corajosa. Recohecer que o silêncio machuca mais e que ninguém te dará a certeza do por vir. Não há certeza que essa foi a atitude mais sábia, nem a certeza de que não foi. Certeza mesmo é que se fez algo por si, sinceramente, por si.

Volto a sete. A do início, a mesma do fim. Junho podia ser, 10,11 e 13. Amanhã, sexta-feira treze. Não havia data melhor para a ressaca de uma quinta-feira doze desanimada. Respirar fundo. Esquecer a falta. Pensar em outras coisas. Fingir não procurar. Destrair-se da busca. Quem sabe seja esse o remédio. Vai que dá certo. Audência já já no Palácio de Mármore. Estacionamento, hall de entrada, elevador, secretaria da vara, sala de espera e sala de audiência. Depois o mesmo caminho de volta. Quem sabe alguém apareça. Eternas expectativas.

LIGA DA JUSTIÇA

A liga da justiça traduz a amizade de pessoas que ao longo de uma convivência de 6 anos tornaram-se companheiras de uma vida.
Algumas se amaram logo de cara, outras se revelaram maravilhosas apesar da 1° impressão, e outras, mesmo tendo se afastado fisicamente, continuam sendo essenciais.
Mas o mais importante é q apesar de todos os conflitos, as diferenças e os desencontros permanecemos cada vez mais unidas.
Por tudo aquilo que passamos, pelas lágrimas que choramos nos ombros umas das outras, pelos amores perdidos e ilusões destruidas que só se tornaram suportaveis pq dividimos, por todas as risadas na hora errada, por todas as cachaças que bebemos, por todo o apoio que nos demos, quero dizer muito obrigada à todas e trazer esse blog como mais uma forma de nos mantermos ligadas...e tb ter aquela famosa DR que eu tanto gosto...rsrsrsrsrsrs