terça-feira, 26 de agosto de 2008

Nesses dias...

Both Sides Of The Gun
Ben Harper

Living these days is making me nervous
Archaic doctrine no longer serve us
Now we're left as silent witnesses
We don't know quite what this is
Other than a war that can't be won

It's tension
So much to mention
Living on both sides of the gun

I feel like i'm crowded, i can't get out
World keeps on filling me up with doubt
When you're trapped you got no voice
Where you're born you got no choice
Other than to go and take you some

It's tension
Too much to mention
Living on both sides of the gun, both sides of the gun

One dimensional fool
In a three dimensional world
Politics, it's a drag
They put one foot in the grave
And the other on the flag
Systems rotten to the core
Young and old deserve much more
Than struggling every day until you're done

It's tension
Too much to mention
Living on both sides of the gun

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Lixo

Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612
- É.- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
- Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?

Luis Fernando Verissimo



....

E se fossem ver o meu lixo?? kkkkkk
Chatterton

Ana Carolina

Composição: (Gainsbourg - Adpt: Seu Jorge / Dani Costa)

Sangue, Sangue...Sangue
Chatterton, suicidou;
Kurt Cobain, suicidou;
Getúlio Vargas, suicidou;
Nietzsche, enloqueceu;
E eu não vou nada bem.
Não vou nada bem,
não vou nada bem, não vou nada bem.
Chatterton, suicidou;
Cléopatra, suicidou;
Isócrates, suicidou;
Goya, enloqueceu;
E eu, não vou nada nada bem
Não vou nada bem
Não vou nada bem
Não vou nada bem
Yahhhh
Não vou nada bem
Não vou haha, nada bem
HahahaaHohohahaahahaaa
Nada beeem
não vou nada bem
não vou nada bem
não vou nada bem
não vou nada bem
não vou nada bem
não vou nada bem
não vou nada bem
não vou nada bem
não vou nada bem
não vou nada bem
não vou nada bem
Chatterton, suicidou;
Marc-Antoine, suicidou;
Cleópatra - foda-se -, suicidou;
Schumann, enloqueceu;
E eu, puta que pariu,
não vou nada nada bem
não vou nada bem
não vou nada
cof cof cof
não vou nada bem caham
suicidou!
Todo mundo que vocês tiverem pensando aí: suicidou!
Deram tiro no pé!
não vou nada bem
Puta que pariu!!!
Yeharrrrrrrrrrrrr!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

De perto,niguém é normal...

Não Enche
Caetano Veloso

Me larga, não enche
Você não entende nada e eu não vou te fazer entender
Me encara, de frente
É que você nunca quis ver, não vai querer, nem vai ver
Meu lado, meu jeito,
O que eu herdei de minha gente e nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver, me deixa viver, me
deixa viver

Cuidado, oxente !
Está no meu querer poder fazer você desabar
Do salto, nem tente
Manter as coisas como estão porque não dá, não vai dar

Quadrada, demente
A melodia do meu samba põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa tentar, me deixa tentar, me deixa tentar, me
deixa tentar
Eu vou
Clarificar
A minha voz
Gritando: nada mais de nós!
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de voce
Harpia, aranha
Sabedoria de rapina e de enredar, de enredar
Perua, piranha,
Minha energia é que mantém você suspensa no ar
Pra rua! se manda,
Sai do meu sangue, sanguessuga, que só sabe sugar
Pirata, malandra
Me deixa gozar, me deixa gozar, me deixa gozar, me
deixa gozar
Vagaba, vampira,
O velho esquema desmorona desta vez pra valer
Tarada, mesquinha,
pensa que é a dona e eu lhe pergunto: quem lhe deu
tanto axé?
À-toa, vadia,
Começa uma outra história aqui na luz deste dia D:
Na boa, na minha,
Eu vou viver dez,
Eu vou viver cem,
Eu vou viver mil,
Eu vou viver sem você.

LIGA DA JUSTIÇA

A liga da justiça traduz a amizade de pessoas que ao longo de uma convivência de 6 anos tornaram-se companheiras de uma vida.
Algumas se amaram logo de cara, outras se revelaram maravilhosas apesar da 1° impressão, e outras, mesmo tendo se afastado fisicamente, continuam sendo essenciais.
Mas o mais importante é q apesar de todos os conflitos, as diferenças e os desencontros permanecemos cada vez mais unidas.
Por tudo aquilo que passamos, pelas lágrimas que choramos nos ombros umas das outras, pelos amores perdidos e ilusões destruidas que só se tornaram suportaveis pq dividimos, por todas as risadas na hora errada, por todas as cachaças que bebemos, por todo o apoio que nos demos, quero dizer muito obrigada à todas e trazer esse blog como mais uma forma de nos mantermos ligadas...e tb ter aquela famosa DR que eu tanto gosto...rsrsrsrsrsrs